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sexta-feira, 8 de novembro de 2013

A mulher vista do alto

Imagem: Marilyn Monroe



A visão de um paraíso em desmantelo. Alguns homens, diante de perguntas e atos inusitados, dizem que perderam a cabeça por alguns momentos, que não voltam mais. Sabem que o poder das mulheres na sociedade é algo construído socialmente, para o bem ou para o mal, mas nem tanto aceito, e depende da sociedade em que ela vive - não é à toa que os países árabes tratam suas mulheres como escravas de uma ordem divina e social estabelecida-, porém há um poder que está além das meras convenções e carregado de múltiplos entendimentos.


É o poder de transgredir o convencional e se jogar no mundo do outro, ainda que seja uma invasão intensificada pela descoberta de algum absurdo. Não necessita depender de cultura ou sociedade, apenas do roteiro traçado pelo desejo ou alguma ambição à flor da pele. E não há preocupação de punições, que fique bem claro.


As mulheres são como rodas-gigantes para os homens e também para as outras mulheres: precisam ser vistas do alto para atrair uma atenção em desespero, sem traduções ou palavras que satisfaçam o endeusamento – é o empoderamento feminino tomando ares, mas sem essa de revolução, está mais para o momento de ternura que se esbalda, um romantismo que pulsa; não acho que está fora de moda - é uma questão universal, basta saber andar no salto para não se ferir!


Tema central de muitos assuntos, a mulher enriquece pelos detalhes, pela demanda do toque. Pelas várias profissões, pelos compromissos. Vida, trabalho, filhos, amigos, seus romances que duram ou podem acabar. Novelas, contos, romances, a ficção da vida contemporânea. É a vida como qualquer outra que precisa ser bebida como o último gole. Aqui não cabe inspecionar gêneros, apenas percepções, divagações, diálogos inacabáveis.


A revolução dos sentidos chegou para todo mundo, afaste-se quem puder e viva quem merecer. Invente o que puder inventar, é tempo de liberdade. Há um assunto que chama, mas muitos já estão conversando, confidenciando, colocando as ideias no papel, escrevendo, seja lá o que for – mas não perguntem sobre o tempo que passa, há algo elástico que se esvai, aos poucos, pelas mãos, que não se percebe - se escreve para se falar o que se sente.


Eu, hoje, de tanto folhear o livro Amor, de Isabel Allende, uma compilação de cenas de amor dos seus livros; ter organizado minha prateleira e revirado meus livros de Clarice; e ainda ter encontrado Os diários Secretos de Agatha Christie, de John Curran, juro que me veio uma vontade enorme de escrever sobre o que essas mulheres inventaram – essa gradação de sentidos e a invenção de histórias incontidas dentro delas: o que há em mim e se transforma mais do que as palavras.


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